A cidade
não descansa os olhos
grudados ao redor dos postes
das varandas
dos satélites
das varandas
dos satélites
a milimetrar seu cheiro
sua roupa
seus costumes e companhias
A rua
é o ser pulsante
sem coração
A rua, deveras, fosse minha
mas não me permite andar a noite
pelas avenidas, sozinha
Nos passos fundos das calçadas
confundem-se os pés
e as histórias
que atravessaram
que pararam
que morreram no caminho
A rua me apressa
me atrasa
me assusta
me assusta
me mata de fome
e depois me come
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