Sentinela

ô, menino,
me trouxe tanta paz que me tirou o sossego.
tanta paz que me meteu medo.
tanta cor, que turvou a vista.
tanta luz, que me abriu o olho.

me alinhou à tortidão.

e me disse tantas coisas
que eu, finalmente, me escutei.

3 comentários:

  1. Oioi. Caí aqui de paraquedas... E fui lendo teus textos. Esse é o que mais gostei. No geral eu percebo que você se sai bem nos versos iniciais. Dos outros que li (e posso te jurar de pé junto que li todos), gostei dos primeiros versos de "Nos olhos seus": "Olhei fundo no âmago do meu cárcere / Castanho fundo e fugidio" (a imagem do segundo verso e a sonoridade dele estão muito bonitas, mas muito MESMO), e, de "Bicho instruído", também os primeiros: "Mulher foi criada pra amar pouco, / não que nem uma louca." (digo me referindo a: o tom autoritário e coloquial, ambos na medida certa e, juntos, fazendo com que a gente sinta tipo um terceiro, que seria um tom de galhofa -- que é o que o poema vai ostentar no resto dos versos).

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    1. Olá, Matheus! Fico feliz com seu comentário, me fez perceber algo novo da minha própria escrita e isso é incrível. Obrigada pela atenção e por trazer esse novo olhar que, nem com as mais insistentes reavaliações e releituras do que eu escrevo, pude notar. Você escreve? Se sim, mande o endereço depois. Abraço.

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    2. Escrevo não! Gosto mesmo é de ler e de vez em quando traduzir de forma amadora. Vou acompanhar o que você for produzindo! =)

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